Sexta, 04 de Novembro 2016

Tem o sofá ou o cortinado em perigo? Não se preocupe que existe esperança para a convivência pacífica entre o gato e os móveis!

Arranhar é um instinto natural do gato que não pode ser suprimido. Ao contrário do que muitos donos pensam, não se deve ensinar o gato a não arranhar, mas sim onde arranhar.

1. Não permitir arranhar mobília velha

A regra de não arranhar mobília deve ser imposta desde o início. Mesmo que tenha alguma peça de mobiliário mais velha e esteja mesmo a pensar em trocar, não deixe o gato arranhar. Isto porque quando decidir substituir o armário ou o sofá por um novo, o gato vai continuar a arranhar, apesar de a mobília ser nova.

2. Aparar unhas

Cortar as unhas regularmente é um forma de minimizar os danos que o gato possa fazer. Isto não é o mesmo que a remoção das unhas cirurgicamente, trata-se apenas de fazer a manutenção às unhas do gato, tal como fazemos com as nossas.

3. Mobiliário próprio para arranhar

Observe como o gato gosta de arranhar, existem várias opções de arranhadores. Os postes com corda enrolada na horizontal ou na vertical e tábuas também com corda enrolada de forma diferente. Para além de sisal, o gato pode gostar de arranhar carpete, madeira ou cartão. Tente descobrir qual a superfície e tipo de arranhador que o gato prefere.

Existem “árvores” que são um conjunto de postes, esconderijos e locais para dormir, tudo junto na mesma peça.

Tenha um arranhador por divisão ou pelo menos nas divisões em que quer proteger o mobiliário.

Numa casa com vários gatos, os arranhadores funcionam como as caixas de areia. Cada gato deve ter o seu e no território onde se sente seguro.

Mostre ao gato como arranhar o poste ou tábua, imitando o movimento com as suas próprias mãos. Não force o gato a arranhar pois isto pode assustá-lo e criar medo de si e do arranhador.

Quando os arranhadores começam a desfazer-se não se desfaça deles imediatamente. Os gatos gostam deles desfeitos. Ao comprar o novo arranhador, pode colocar partes do antigo por cima para habituar o gato a utilizar o novo.

4. Tornar o mobiliário próprio irresistível

Uma das formas de convencer o gato a usar o arranhador é esfregar nele erva-dos-gatos. Existem muitos gatos que são imunes mas aqueles que não resistem a esta planta vão-se apaixonar pelo arranhador.

Em vez de apresentar o arranhador tal como ele é ao gato. Pode oferecer esta prenda embrulhada e deixar o gato descobri-la. Pode colocar um biscoito dentro do embrulho para aguçar o apetite.

5. Proteger as zonas mais afetadas

Uma das soluções mais eficazes para proteger a mobília é não dar ao gato acesso a essa divisão quando ele está sozinho em casa. Alternativamente, pode cobrir os sofás com capas e a mobília com cobertas.

6. Repelentes

Para além de criar zonas mais atrativas para o gato, pode complementar essa medida ao tornar as zonas que não quer que o gato arranhe mais desagradáveis. Existem alguns truques:

– colocar fita-cola que adere dos dois lados (certifique-se que a cola não é muito forte)
– colocar folha de alumínio da cozinha a cobrir
– colocar pedras grandes a proteger vasos de plantas

Os gatos não gostam de superfícies aderentes ou que façam barulho.

Existem sprays repelentes cujo objectivo é afastar os gatos daquela zonas. Pode optar por soluções caseira como espalhar casca de laranja nos sítios onde não quer que o gato vá. Contudo, as soluções que passam por repelir o gato através de cheiros não são muito eficazes.

7. Condicionar o comportamento

Os gatos gostam de desgastar as unhas após comer ou dormir. Coloque por isso o arranhador perto do local onde ele realiza essas tarefas. Quando o gato acordar de uma sesta, pode levá-lo para o arranhador.

Esteja atento ao gato para que possa desviar a atenção dele quando se aproxima dos locais onde erradamente desgasta as unhas. Se for preciso pege nele e leve-o para junto do arranhador.

Se o gato insistir, “castigue” o gato quando começa a arranhar os móveis, cortinas ou sofás. Não bata no gato, pois isto só torna mais desconfiado em relação a si. Em vez disso, diga “não”. Se isso não resultar, coloque moedas dentro de uma lata e abane-a. Os gatos não gostam deste tipo de som. Pode também ter uma bisnaga de água à mão, mas convém ter cuidado para não molhar e estragar o mobiliário que está a tentar proteger.

8. Capas de vinil (softpaws)

Existem capas de vinil para as unhas dos gatos. Existem em várias cores, incluindo uma neutral. Estas capas são coladas individualmente a cada unha e o vinil impede que o gato deixe marcas quando tenta arranhar a mobília.

São uma alternativa para os gatos que não gostam do arranhador ou para o gato que é novo em casa e está ainda a treiná-lo para usar o arranhador. Estas capas têm de ser renovadas periodicamente.

9. Treino com clicker

Cada vez mais se explora o treino com clicker nos gatos. O mito de que os gatos não são animais possíveis de treinar está a cair por terra. Os gatos não respondem a castigos, mas funcionam muito bem com o treino positivo. Aposte no clicker e recompensas para habituar o gato a usar o arranhador.

10. Estimular e recompensar

Um gato, sobretudo um gato de interior, necessita de estímulos. O dono deve estimular o seu gato para brincar. Pode trazer ao gato galhos da rua, folhas, pedaços de madeira, pedras e outros objectos que o gato encontraria na natureza e com os quais gostaria de brincar.

É também muito importante recompensar o gato sempre que este agir corretamente, ou seja, utilizar o arranhador em vez de estragar a mobília.

Ablação das unhas ou onicectomia

Este procedimento tendo como base razões estéticas é ilegal em Portugal, na União Europeia, Brasil e outros países. Em alguns países europeus, tais como a Finlândia, a Estónia, a Alemanha, a Suíça e a Holanda, não só é ilegal como é considerado crueldade e maus tratos para com o animal.

Este procedimento não se restringe apenas à região da unha. É necessário cortar também parte do osso, o que corresponde a uma amputação. É um procedimento doloroso que na escala que os médicos veterinários utilizam para classificar a dor subjectiva que os animais sentem equivale à amputação de qualquer outro membro.

É possível diminuir  e até acabar com a tendência que o gato tem de arranhar em sítio impróprios, mas convença-se que se quer um gato, arranhar faz parte do instinto do animal. Tal como os pêlos pela casa e ninguém (felizmente) ainda se lembrou de realizar uma operação para os eliminar.

É muito importante impor regras e limites desde o primeiro dia. Qualquer problema que exista com animais de estimação exige paciência para o resolver. O arranhar em sítio indesejáveis exige que o dono invista tempo no animal a tentar condicioná-lo ou treiná-lo.

Boa sorte!

Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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