Existem cerca de 15 famílias de camarões e centenas de espécies. Os camarões podem ser mantidos em aquário com uma vertente puramente decorativa, mas existem determinadas espécies muito úteis na limpeza, como é o caso do Camarão Limpador. Estes crustáceos são animais algo tímidos, mas se forem mantidos em grupo de três ou quatro indivíduos deixam-se ser observados mais facilmente (excepção feita a espécies demasiado agressivas para viver em comunidade).
Os camarões podem ser mantidos em aquários comunitários com peixes, mas é preciso ter muita atenção às proporções dos animais, uma vez que peixes grandes comem camarões pequenos e camarões grandes comem peixes pequenos.
Disponíveis no mercado encontram-se geralmente espécies pequenas, entre 1,5 e 3,5 cm, mas existem outras que podem ter mais de 30 cm, como é o caso do camarão-da-malásia (Macrobrachium rosenbergii).
Os camarões são geralmente mais sensíveis à qualidade da água do que a maioria dos peixes e, tal como em todas as famílias de animais, existem espécies mais resistentes do que outras. Omnívoros, não são difíceis de alimentar, uma vez que aceitam flocos e comida congelada ou viva. Alimentam-se também dos microorganismos que são largados pelos filtros.
Uma das famílias de camarões mais populares na aquariofilia é a Atyidae, da qual faz parte o famoso Camarão Cereja, Neocaridina heteropoda. Esta família é composta por dois géneros, Atya e Caridina, e entre elas há mais de 200 espécies de camarões. Os exemplares desta família atingem dimensões consideráveis, 15 cm, mas no mercado de animais de estimação são geralmente os mais pequenos que se encontram à venda. A grande maioria das espécies desta família comem algas, mas não plantas, não são agressivos e podem viver em comunidade.
Outra família também bastante conhecida entre os aquariofilistas é Palaemonoidea. É no género Macrobrachium que se encontram alguns dos maiores camarões, mas tal como no caso anterior, são as espécies mais pequenas as mais comuns no mercado. Uma das particularidades dos camarões desta família é o facto de serem bastante activos, saltam e percorrem o fundo do aquário, e são por isso uma boa fonte de entretenimento. Apesar de também se alimentarem de algas e alguns detritos, não são tão bons “limpadores” como os camarões da família anterior. Os camarões do género Macrobrachium são mais agressivos e territoriais e são bastante fáceis de identificar devido às pinças robustas que possuem. Parecem também ser mais resistentes às variações dos parâmetros químicos da água.
Melhores camarões para iniciantes
Os camarões para iniciantes devem ser os mais resistentes, pois estes crustáceos são bastante sensíveis aos parâmetros químicos da água e as pequenas variações podem ser fatais. Devem também ser relativamente baratos, pois para quem se inicia no hobby, é difícil não sofrer baixas.
No caso de aquários de água doce, não é difícil encontrar algumas espécies indicadas. O Camarão Fantasma cumpre estes dois requisitos. Já o Camarão Cereja, é mais caro, mas pode valer a pena o investimento pois reproduzem-se mais facilmente do que o anterior. O Camarão Amano, Caridina japonica, também pode ser uma boa opção mas a sua reprodução é bastante difícil.
No caso de aquários marinhos, a situação é mais complicada. Os aquários marinhos não são fáceis de manter e devido às exigências da qualidade da água, poderá ser um passo demasiado grande para iniciantes. Contudo, algumas sugestões são o Lysmata amboinensis, Lysmata debelius, Stenopus hispidus, Hymenocera picta ou o Lysmata wurdemanni.
Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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