Tal como nós, os gatos também envelhecem. E, também como nós, alguns gatos envelhecem melhor do que outros. A idade avançada não é doença, mas há limitações que tendem a surgir nos gatos mais velhos. Os efeitos do envelhecimento começam a surgir por volta dos 10 anos.
Os pêlos brancos denunciam os gatos na terceira idade, mas esta é apenas uma das alterações físicas e psicológicas que o gato entre os 10/15 anos começa a passar.
Ao envelhecer, algumas mudanças de comportamento são esperadas. Os sentidos vão-se deteriorando gradualmente ao envelhecer. O palato e o olfacto menos apurados muitas vezes são responsáveis pela diminuição na vontade em comer. A visão e a audição vão-se degradando com a idade. As articulações tornam-se menos maleáveis e os músculos perdem alguma força, o que reduz a mobilidade do animal. Os gatos mais velhos são menos activos e tendem a brincar menos. Chegam a dormir mais ainda do que os jovens. Alguns animais começam a comer e a fazerem a limpeza do pêlo com menos vigor. Muitas vezes porque há sítios em que é mais complicado chegar.
Fisicamente, o sistema imunitário é menos eficaz, os órgãos também são afectados por algum cansaço. As mudanças no sistema digestivo tornam o gato menos capaz de absorver gorduras. Embora haja gatos obesos na terceira idade, a tendência é irem perdendo peso. Por essa razão, existem rações formuladas especificamente para gatos na terceira idade. Os animais devem também ser encorajados a beber água e por vezes é necessário passar para uma dieta de comida húmida para garantir que os gatos se mantêm hidratados.
O coração é um músculo e tal como os outros músculos do corpo perde força. Um coração idoso não consegue bombear sangue tão eficazmente como um coração jovem. As cardiomiopatias são comuns em gatos mais velhos. Os pulmões também se tornam menos elásticos, reduzindo a capacidade de oxigenar o sangue, o que reduz a energia. Os rins mudam a sua estrutura o que os torna mais susceptíveis a problemas. Com a idade, o fígado também se torna menos eficiente a eliminar toxinas.
O importante é saber distinguir entre o que é “normal” para a idade e o que é doença e pode ser tratado ou curado. Distinguir entre abrandamento do ritmo e incapacidade de saltar; entre diminuição da qualidade da visão e cataratas, entre diminuição do vigor ao comer e perda de apetite resultante de algum problema dentário ou doença; entre ter menos sede e deixar de beber água, etc.
Contudo os gatos não tornam estas distinções simples. Sendo tanto caçadores como presas por natureza, escondem bem aquilo que sentem. Em muitos casos as diferenças são subtis e cabe ao dono estar mais atento ainda ao animal quando este começa a envelhecer.
Os cuidados a ter com um gato idoso passam por uma maior monitorização da saúde do animal, com visitas ao veterinário duas vezes por ano. Reduzir ao máximo o stress é muito importante nos gatos, pois são animais muito sensíveis e o sistema imunitário é bastante afectado pelo nervosismo ou mal-estar psicológico do gato. Para isso, é benéfico manter a rotina e não alterar o meio-ambiente a que o gato se acostumou.
Mas há mudanças que os gatos geralmente gostam. Como o pêlo pode perder alguma qualidade e a manutenção feita pelo gato já não é mesma, a capacidade do gato de manter o calor e se proteger do frio é menor. Por isso um sítio confortável, num sítio de fácil acesso, quente e de preferência calmo, onde o animal não seja incomodado por crianças, outros gatos ou cães ou barulho exterior, são apreciados pelo animal.
Os veterinários devem estar mais atentos a problemas dentários, hipertiroidismo, falhas no funcionamento do fígado e dos rins, diabetes, hipertensão, artrite, cancro e doenças infecciosas. O peso deve ser monitorizado e as análises de sangue são um instrumento de diagnóstico importantíssimo na detecção de problemas precocemente.
Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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