CrianOs animais exóticos, sobretudo os hamsters e coelhos, são muitas vezes o primeiro animal de estimação de uma criança. Mas é preciso que os pais sigam determinadas regras para garantir o bem-estar tanto do animal como da criança.

1. A responsabilidade de tratar do animal de ser dos pais e não das crianças

A essência de ser criança é a necessidade de ter outra pessoa que cuide dela. Os pais, sendo responsáveis pela criança, são também responsáveis pelos seus animais. Não traga um animal para casa acreditando que vai ser o seu filho o único responsável pela manutenção e bem-estar do mesmo. Muitas crianças acreditam estar preparadas para assumir a responsabilidade de cuidar de um animal, mas descobrem depois que afinal é “uma seca” ter de limpar a gaiola ou encher todos os dias a taça de comida.

Existem muitas razões para que uma criança deixe de cuidar do animal:

  • esquecimento, ou incapacidade de manter horários,
  • falta de conhecimento, por exemplo para preparar refeições para animais que não têm ração estipulada,
  • perda do factor novidade, o animal deixa de entusiasmar a criança
  • incapacidade, as crianças não conseguem desempenhar sozinhas todas as tarefas relacionadas com a manutenção do animal: lavar a gaiola, por exemplo.

2. Se houver mais do uma criança em casa, os animais devem ser partilhados

Não é boa ideia comprar um animal para cada criança. Isto porque haverá sempre discussões acerca do que o irmão pode ou não fazer com o animal que pertence à outra criança. Para além disso, os pais, como responsáveis pelos animais, devem ter a última palavra a dizer sobre a manutenção do animal, ou seja, não devem permitir que o filho tome decisões erradas sob o pretexto de o animal ser dele.

O mais indicado é comprar um animal que seja de toda a família. Assim, todos os filhos têm alguma responsabilidade, cabendo aos pais a última palavra sobre tudo o que envolve o animal.

3. Os pais devem escolher o animal

As crianças que pedem um animal são geralmente levadas pelos impulsos: gostam de um determinado animal por ser “fofo” ou peludo e acabam por o pedir aos pais. Contudo, as crianças não têm noção do que implica ter um animal. Os animais de pêlo longo dão mais trabalho, porque exigem uma maior manutenção com o pêlo, por exemplo. O tipo de animal, seja hamster, porquinho-da-índia, coelho, etc. deve ser por isso escolhido pelos pais após ponderar sobre a capacidade de manutenção de um animal com determinadas características e necessidades. Os pais devem também lembrar-se de que se a criança perder o interesse no animal, eles ficam encarregues de cuidar dele, o que implica que devem escolher um animal com quem se sintam à vontade para manusear.

4. Ensinar a cuidar do animal

É benéfico para a criança ter responsabilidade e estar envolvida na manutenção do animal. Para isso, os pais devem ensinar a criança a interagir com ele, já que as crianças são muitas vezes brutas por não terem noção de quão frágeis são alguns animais exóticos. Os pais têm também o dever de explicar à criança as necessidades do animal: não o acordar quando está a dormir e não o sobrecarregar de afectos, pois podem stressar o animal.

Utilizar um quadro de alimentação e limpeza do animal é uma óptima forma de incutir alguma responsabilidade nos filhos. Os pais devem contudo supervisionar todas as tarefas que relegam nas crianças.

5. Manusear um animal

Os pais não devem deixar as crianças manusear os animais sem supervisão

Deixar crianças e animais, por mais pequenos que sejam, interagir sem supervisão pode acabar mal para qualquer um deles. Os animais sabem-se defender quando se sentem ameaçados, mordendo, por exemplo, e as crianças podem acidentalmente magoar os animais, apertando-os demasiado, por exemplo. Estas duas situações podem ser penosas  para uma criança a nível psicológico. No primeiro caso, a boa relação que a criança tinha com aquele animal (e a criança pode generalizar o sentimento a todos os animais) está comprometida. As crianças podem ganhar medo ou então sentirem que o amor que depositaram no animal não foi correspondido. No segundo caso, as crianças podem ser responsáveis por acidentes graves que podem até envolver a morte acidental do animal. A culpa pela morte de um animal do qual gostava pode ser difícil de digerir para uma criança.

Até aos 8 anos de idade, as crianças não devem poder pegar em qualquer animal, apenas dar-lhe carícias enquanto estes se encontram nas mãos de outra pessoa. Entre os 8 e os 12, as crianças podem manusear os exóticos mais calmos, como os porquinhos-da-índia ou ratazanas. Hamsters e outros animais de movimentos mais bruscos só devem ser manuseados se a criança estiver com eles no chão. Entre os 12 e os 15, as crianças podem manusear vários tipos de roedores desde que supervisionadas. A partir dos 15, as crianças já têm capacidade para lidar com vários tipos de animais sozinhas.

6. Os pais devem motivar os filhos

O factor novidade tende a desaparecer rapidamente e as crianças acabam muitas vezes por perder o interesse nos animais. Os pais conseguem facilmente entusiasmar os filhos se os envolverem no processo de brincadeira e observação do animal.

No caso dos exóticos, a motivação pode mesmo ir para além disso e os pais podem envolver as crianças em projectos para adornar a gaiola do animal: construir casas com cartão, colocá-las a cortar o rolo de papel higiénico a meio, entre outros adereços para o animal brincar. Pode também levar o filho às compras em busca de um brinquedo adequado para o animal ou um objecto essencial na gaiola.

Ter animais é uma responsabilidade demasiado grande para relegar por completo nas crianças. Contudo, atribuir gradualmente à criança algumas tarefas é uma óptima forma de as fazer crescer com um maior sentido de responsabilidade. Para além disso, as crianças vêm os animais como companheiros e ter um animal em casa é uma excelente forma de incutir nas crianças o respeito pelos animais.

Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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