O lado agressivo das Iguanas: Morder, Arranhar e ChicotearAs Iguanas são animais que se podem tornar extremamente dóceis com o dono e são por isso um dos répteis mais procurados, apesar do seu tamanho. Contudo, não é o réptil mais indicado para inexperientes já que têm unhas e dentes afiados capazes de infligir feridas graves quando se sentem ameaçadas.

Exceptuando o comportamento dos machos na época de acasalamento, as Iguanas são animais que quando confrontadas preferem fugir a lutar. Contudo, se se sentirem encurraladas vêm-se forçadas a defenderem-se, atacando. As Iguanas são capazes de infligir ferimentos graves, sobretudo os machos mais velhos. Dentadas e chicotadas com o rabo são os ataques mais perigosos. É importante ter em mente que as dentadas da Iguana podem ser profundas e exigir vários pontos. Quando mordem, as Iguanas muitas vezes permanecem bloqueadas nessa posição e o dono não deve tentar retirar a boca da Iguana da zona que está a agarrar, pois os dentes rasgam facilmente a pele. Uma chicotada da cauda no corpo causa dor, o que por si só não é grave, mas se por acaso atingir os olhos, pode cegar. Os arranhões das Iguanas facilmente rasgam a pele, especialmente se as unhas da Iguana não estiverem cortadas. Aliás, quem tem Iguanas geralmente apresenta os braços arranhados, não porque os animais se mostraram agressivos, mas porque as unhas são extremamente afiadas e basta uma pressão mais forte sobre a pele, resultante do manuseio regular, para criar um arranhão.

Existem várias razões que levam uma Iguana a mostrar-se agressiva. A intensidade e perigosidade do ataque varia conforme o motivo.

Tipos de agressão

Adaptação

Tal como todos os outros répteis, as Iguanas necessitam de um tempo de adaptação ao novo ambiente. Por isso aconselha-se a não manusear uma Iguana na primeira semana após ter chegado a casa. As tentativas futuras devem depender da resposta da Iguana.

Acidental

Pode ocorrer quando a Iguana está a ser alimentada à mão e geralmente causa ferimentos ligeiros.

Medo, stress ou desconforto

As Iguanas são animais muito sensíveis, que entram em stress com as mínimas mudanças no seu ambiente e que exigem cuidados específicos em termos de iluminação, humidade, espaço e dieta para se sentirem bem. O stress num réptil pode desencadear comportamentos agressivos de defesa do próprios animal. Os ataques são feitos de forma proporcional às investidas do dono. Se uma Iguana se mostrar agressiva e o dono insistir em manuseá-la a Iguana vai intensificar o seu nível de agressão.

Geralmente este tipo de agressão não é o que causa maiores danos no dono, uma vez que as Iguanas com medo, em stress ou com desconforto tentam primeiro fugir e só se se sentirem encurraladas é que atacam.

Tentativas de ataque ou fuga por parte de Iguanas que mudaram recentemente de terrário ou que não têm as condições necessárias para se sentirem confortáveis são bastante frequentes.

Os novos donos podem contornar esta situação dando as condições necessárias à Iguana em termos de espaço, iluminação humidade e dieta. Para iniciar o manuseamento podem usar luvas. Contudo, convém também habituar a Iguana ao toque da pele e não apenas ao das luvas.

Para evitar qualquer ataque o dono deve reconhecer os sinais de desconforto da Iguana e libertá-la quando estes surgem.

As Iguanas podem também reagir agressivamente se manuseadas incorrectamente. Pegar pela cauda, apertar demasiado ou aproximar-se por cima destes répteis pode resultar em desconforto e em último caso agressão.

Acasalamento e competição

Durante a época de acasalamento, os machos podem tornar-se mais agressivos. As Iguanas machos podem mostrar dois tipos diferentes de comportamento. O menos perigoso é tentar acasalar com a mão, braço, perna, etc. do dono. Geralmente não existe grande perigo que resulte deste comportamento, contudo o macho pode tornar-se mais violento se as suas tentativas de acasalamento saírem sucessivamente frustradas.

A agressão por competição é a mais grave. Nestes casos, a Iguana ataca abertamente o dono. Há relatos de casos em que a Iguana chegou mesmo a perseguir o dono. Este tipo de agressão não ocorre apenas durante a época de acasalamento, podendo de facto surgir em qualquer altura do ano. No entanto, na época de acasalamento, os machos intensificam o espírito competitivo ao ponto de confundirem homens ou mulheres com uma Iguana macho rival. Enquanto que os outros tipos de agressão podem ser facilmente contornados, este tipo não tem solução fácil. O mais indicado é dar espaço à Iguana, garantindo apenas a satisfação das suas necessidades básicas e evitando o manuseamento durante os dias, semanas ou até meses em que a Iguana se encontrar neste estado de excitação.

Para evitar ser mordido, arranhado ou chicoteado com a cauda, os donos ter presente que:

  • Todas as Iguanas podem agredir o dono em qualquer altura, incluindo fêmeas e animais dóceis; Por isso devem ter sempre muito cuidado quando manuseiam este réptil;
  • É necessário estar bem informado sobre o comportamento da Iguana para conhecer a sua linguagem corporal e identificar sinais de agressão;
  • A Iguana deve ser colocada no terrário sempre que mostrar sinais de desconforto;
  • A Iguana é um animal que pode atingir os 2 metros e por isso com força e porte que exigem cuidado;
  • A Iguana é capaz de saltar, aterrando com as unhas afiadas;
  • A Iguana é capaz de perseguir o dono e até subir escadas;
  • Numa fase inicial pode ser necessário o uso de luvas;
  • É possível aparar as unhas da Iguana, mas o réptil terá uma maior dificuldade em trepar.

As Iguanas são conhecidas pelo seu lado dócil, de forma que comportamentos agressivos podem apanhar muitos donos de surpresa. A verdade é que sendo um réptil, as Iguanas não reagem ao manuseamento como por exemplo os mamíferos e apenas toleram a companhia dos humanos. Se forem bem tratadas tornam-se contudo óptimas companheiras. Um dono informado e paciente pode nunca ser atacado por uma Iguana. É sobretudo importante respeitar a natureza do animal e aceitá-lo tal como ele é: um animal de contemplação que pode ou não tolerar o manuseamento.

Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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