Papagaios: Problemas Comportamentais ComunsNão é difícil criar uma ave equilibrada desde que lhe forneça atenção, estímulos mentais e físicos, uma boa alimentação e alojamento adequado.

Contudo, as aves são animais sensíveis e por vezes as situações mais inesperadas podem traumatizá-las. Outras vezes a alteração de rotinas é inevitável e os problemas comportamentais começam a surgir. Os comportamentos comuns aqui retratados são observados em papagaios, ou seja, aves da família Psittacidae.

Bicar

Os papagaios em estado selvagem não usam o bico para agredir os companheiro. Por vezes, usam-no para de defenderem contra predadores, mas nunca com os membros do mesmo bando. As disputas dentro do bando resolvem-se com a linguagem corporal e em último caso, a fuga. Como os papagaios de estimação não têm esta opção, seja porque estão engaiolados ou porque têm as guias cortadas, para eles, bicar torna-se a única arma de defesa.

Os papagaios atacam porque se sentem ameaçado ou para controlar o dono, casos de ciúmes são frequentes. Na época da reprodução, é normal os papagaios estarem mais agressivos, especialmente os machos. Mas este nervosismo exacerbado passa ao fim de algumas semanas. Se o papagaio bica porque se sente ameaçado, deve ter em atenção a linguagem corporal e evitar chegar-se perto quando o papagaios mostra sinais de medo. A confiança dos papagaios é algo que demora a ser conquistado e exige paciência.

O papagaio também pode bicar para tentar controlar o dono, para chamar a atenção ou afastar pessoas indesejadas. Nos papagaios possessivos em relação ao dono, é importante fazer-lhes ver que existem benefícios na inclusão de uma outra pessoa ou ave no bando. Isto pode ser feito se na presença de um terceiro elemento o papagaio for recompensado e quando este não está, não há recompensas.

Arrancar as penas

Este é o maior problema comportamental dos papagaios, já que é o mais comum e um dos mais difíceis de solucionar.

A severidade deste problema varia de animal para animal: alguns papagaios arrancam as penas de uma zona do corpo, enquanto outros arrancam todas as penas que alcançam.

O stress e a solidão são as causas mais apontadas para esta obsessão pelo arrancar das penas, mas existem problemas de saúde que podem levar a este comportamento, como por exemplo, parasitas externos, falta de banho e outras condições raras.

Assim que verificar que o papagaio está a arrancar as penas, deve agir rapidamente e tentar descobrir o que leva a este problema. Este comportamento torna-se facilmente num hábito e mesmo que a causa seja combatida, o hábito pode permanecer.

Vocalizações

Os gritos dos papagaios têm uma fama que lhes precede. Os papagaios vocalizam naturalmente alto e não se pode esperar que não grite ao nascer e pôr-do-sol ou quando o dono chega a casa. Contudo, existem papagaios que vocalizam obsessivamente durante horas, colocando os donos com problemas com os vizinhos.

Os papagaios que gritam constantemente são aves que foram recompensadas para o fazer, mesmo que inadvertidamente. Ou seja, o dono deu à ave o que ela exigia quando gritava, mesmo que fosse para a calar. O problema só pode ser resolvido com paciência e muito treino. É preciso ignorar a ave quando grita e recompensar quando está silenciosa. Ensinar a ave a sussurrar é outra opção.

Fobias ou ataques de ansiedade

As aves são animais sensíveis que quando se assustam podem desenvolver verdadeiras fobias. Os ataques de ansiedade podem-se manifestar através de vocalizações, arrancar de penas, etc. É importante descobrir a fonte da fobia e removê-la por completo ou tentar dessensibilizar a ave.

A manutenção da ave em condições óptimas ajuda a reduzir estas situações ou mesmo fazer com que não se manifestem. Os papagaios mantidos em aviários externos tem menos tendência em arrancar as penas, por exemplo. Aves que têm brinquedos ou companheiros têm um nível de stress mais reduzido. Investigue as condições que mais se adequam à sua ave e tente providenciá-las, já que são uma parte fundamental na resolução destes problemas.

Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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