Os sapos e rãs estão a começar a surgir com maior frequência no mercado dos animais de estimação. O pequeno tamanho e os cuidados diários mínimos fazem com que sejam cada vez mais populares.
Os sapos e as rãs não são o típico animal de companhia. São sobretudo animais de contemplação, à semelhança dos répteis. Embora não haja uma distinção científica entre sapos e rãs, geralmente aplica-se o nome sapo a espécies terrestres de pele rugosa, enquanto que rã é aplicado às espécies aquáticas ou semi-aquáticas de pele lisa.
Se quisermos uma abordagem mais científica, podemos dizer que os sapos “verdadeiros” são aqueles que pertencem à família Bufonidae e que as rãs “verdadeiras” são aquelas que pertencem à família Ranidae, mas há sempre excepções. A rã-arlequim, por exemplo, é do género Atelopus que pertence à família dos sapos “verdadeiros”. Podemos encontrar também sapos em família de rãs, como por exemplo na família Discoglossidae, que abrange as rãs-pintadas e o sapo-parteiro.
Características a ter em conta
As rãs e sapos têm características específicas que devem ser tidas em consideração quando se pondera adquirir um destes animais.
Os sapos e rãs têm uma esperança média de vida longa relativamente ao pequeno tamanho que têm. Há espécies que vivem durante 5 anos, mas há outras que podem chegar aos 15/20 anos e que são por isso um compromisso a longo prazo.
Os sapos e rãs são animais cujo manuseamento deve ser evitado. Isto porque, por um lado, têm a pele muito sensível e absorvem as impurezas das mãos mal lavadas. Por outro lado, algumas espécies são ligeiramente tóxicas, tais como as bombinas. O facto de não serem animais com os quais se pode interagir pode desmotivar muitos interessados.
Outro aspecto importante é o grau de actividade dos animais. Por serem animais com uma interacção mínima e por haver espécies pouco activas, os sapos e rãs podem perder rapidamente o interesse para crianças e até adultos.
O que acaba por surpreender muitas pessoa que compram sapos e rãs por impulso é o facto de muitas espécies serem barulhentas e algumas delas produzem sons durante a noite. Se vai ter o aquaterrário no quarto ou se é sensível a barulho, deve pesquisar sobre este aspecto antes de adquirir um destes animais.
Os sapos e rãs geralmente tidos como animais de estimação são carnívoros, uma alimentação que pode ser um obstáculo para muitas pessoas. A base da dieta destes animais são insectos, tais como grilos. Já há várias lojas de animais a venderem insectos para alimento, o que facilita a manutenção. Mas para quem tem repulsa a insectos, os sapos e as rãs não são os animais indicados para ter em casa.
Um dos principais pontos a considerar relativamente a sapos e rãs é o facto de o alojamento ser um investimento considerável. Os sapos e rãs podem necessitam de um terrário, com um recipiente com água pouco profunda, outros necessitam de aquários, com uma disposição semelhante à de peixes, e ainda outros devem viver em aquaterrários, com uma zona terrestre e outra aquática. Há ainda os sapos arborículas que devem ter um terrário com bastante vegetação e locais que possam ser trepados.
O investimento em termos de aparelhos é considerável. Todas as espécies necessitam de aquecimento e, exceptuando as espécies de regiões desérticas, necessitam também de bastante humidade no terrário. Os sapos e rãs podem ficar com a pele seca se não tiverem o terrário com a humidade adequada e em muitos casos é necessário ter um aparelho que garanta essa humidade.
A popularidade dos sapos e rãs continua a crescer apesar destes gastos. É que de facto ter um sapo ou um rã em cativeiro permite-nos observar comportamentos que são exclusivos destes animais, incluindo o coaxar.
Originalmente publicado na Arca de Noé: Fonte
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